segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

como previnir e curar doenças

Infelizmente, não obstante os insucessos obtidos ano após ano, muitos "improvisadores" (que não merecem o nome de "criadores") continuam a deter (e a fazer morrer), com contínuo sofrimento, das pobres criaturas aladas que têm o azar de ter caído nas mãos de pessoas que de tudo sabem fazer, exceto de ter humildade e vontade de aprender as técnicas correras para manter distante as doenças, preferindo obter insucessos após insucessos com a vã esperança de encontrar um "remédio milagroso" (que não existe!) que possa resolver todas as dificuldades.
Refiro-me às aquisições de novos exemplares, de inumeráveis proveniências negócios de animais, mercado de aves, de captura, de importação e, até mesmo, adquiridos também de criadores capazes etc.), todos amontoados juntos, num mesmo local, freqüentemente em número excessivo (superpopulação) com escassa higiene e carência de oxigênio, sem adequados controles e sem quarentena e sem as periódicas desinfecções e desinfestações.
Nestas condições, sempre descobrimos as doenças que "empestam" tudo: aves, utensílios, janelas, portas, paredes, chão, teto e a própria pessoa que detém, de modo lastimável, os pobres pássaros.
Há tempos atrás G. de Baseggio me dizia que, nas criações mal conduzidas, a Salmonelose (causada pela Salmonella typhi murium e outras espécies) e a Colibaciolose (provocada pela Escherichia coli e numerosas variantes) estão muito difundidas e podem facilmente infectar o próprio criador, o qual, por sua vez, pode infectar outras pessoas e animais. E isto vale para muitas outras, mais que 20, doenças que através de aves doentes podem atingir o homem.
Destacamos novamente os perigos potenciais (ou seja, aves doentes que podem infectar o criador e vice-versa), para que os leitores levem em conta que "tendo-se aves doentes e em ambiente anti-higiênico pode-se adoecer" (por ex. a pessoa toca em utensílios ou nas aves doentes sem uso de luvas mãos sem luvas e depois pega na comida ou enfia o dedo no nariz: o agente patógeno entra no corpo do criador que pode adoecer).
Ao contrário, se as aves estão todas em ambiente saudável, criadas com boas condições técnicas, sem superpopulação, em número proporcional seja às dimensões do local e seja "ao tempo disponível do criador", com periódicas desinfecções e "quarentena", as aves estando bem, assim elas não podem infectar.
É um conceito simples! Mas, pelo meu conhecimento dos criadores, são pouquíssimos aqueles que se preocupam com esses problemas sanitários.
Pode-se muito bem criar animais sem perigo, porém é necessário adotar-se as necessárias normas higiênicas e correras técnicas.
É uma deletéria atitude, muito difundida, por parte de muitos "improvisadores", efetuar-se "tratamentos em massa", empíricos, sobre todos os sujeitos, freqüentemente seguindo "conselho" de um bom "amigo", sem tomar nenhum parecer de um veterinário especializado ou de uma pessoa verdadeiramente competente, mas somente pelo "ouvi dizer". Esta desastrosa prática, seguramente cria uma infinidade de problemas sanitários, enfraquecendo gravemente as aves (que, nestas condições, sempre mais facilmente são agredidas pelas doenças), enquanto que outros agentes patológicos (bactérias, vírus, fungos etc.) tornam sempre mais nefastos os "padrões" da situação, a "resistência aos fármacos" (antibióticos etc.) se faz sempre mais incisiva, reduzindo ou anulando o efeito curativo de muitos medicamentos!
No meu criadouro não pratico "terapia de massa" porque é desnecessária. Não porque no meu criadouro não exista nenhum problema (criando-se espécies delicadas, os problemas sempre existem), mas simplesmente porque, "adotando-se todas as necessárias correias técnicas", sempre repetidas e destacadas por!
G. de Baseggio nos seus livros e artigos, os problemas, quando' aparecem, são mais leves e, assim, quase sempre superáveis com resultados positivos.
Em um criadouro bem conduzido, salubre e higiênico, com a maior parte das aves com perfeita saúde, o controle sanitário deste ou daquele sujeito, descondicionado ou doente (que deve ser logo isolado, melhor se em um outro local, limpo e com aquecimento se necessário), é assim sempre possível.
Respeitando-se as correras técnicas, as normas higiênicas e evitando-se ao máximo os erros alimentares, pode acontecer que um exemplar fique "fofo" (plumagem arrepiada), entristeça, se isole num poleiro; ao exame se encontre um "esterno afiado" (músculos laterais atrofiados) ou o abdome fique avermelhado e/ou inchado ou o fígado hipertrofiado (visível como uma mancha violácea ou amarronzada na borda do lado direito do abdome, logo abaixo das costelas). Estes casos, mesmo em um criadouro "são", são muito raros, mas acontecem (as causas são tantas: as mais freqüentes são as sementes velhas, mofadas, sujas).
Nestas situações não se deve perder a calma (geralmente efetuando o grave erro de uma "terapia de massa"), mas enfrentar o problema com bom senso.

Como comportar-se quando um sujeito adoece?

O isolamento do doente num outro local, dentro de uma "gaiola enfermaria" ou em uma gaiola recoberta por um xale de lá (deixando aberto só na frente), talvez apoiada sobre dois baldes invertidos, com adequada distância um do outro, colocando entre os dois baldes um soquete sob a gaiola com uma lâmpada de 40 ou 60 watts acesa (que aquece o interior da gaiola com temperatura entre 22 a 26° C, medida com termómetro) é a primeira coisa a se fazer para evitar a difusão de eventuais doenças contagiosas.
Se o sujeito apresenta o ventre inchado e avermelhado, me comporto como se segue. Aqueço-o como acima foi dito. Observar o sujeito: se tem a plumagem normal, não fofa, e o bico fechado (tem o bico aberto se existe uma doença do aparelho respiratório) significa que a temperatura está certa; se tem a plumagem fofa, significa que faz frio; se tem a plumagem muito aderida e o bico aberto com respiração ofegante, a temperatura, neste caso, está excessiva).

A - Suspender a administração de verduras e de pastas;

B - Oferecer uma mistura de sementes frescas e não muito rica em gorduras (sem niger; são ótimas as sementes de alpiste, perila e alface branca);

C - A cada manhã, em um bebedouro de 50cc, colocar na água de beber (melhor se água oligomineral leve) 10 gotas de Fordin(r) (Formenti) adicionada a 4 ou 5 gotas de um bom vinagre. À tardinha retirar tudo, renovando a solução na manhã seguinte, isto por 3 a 4 dias seguidos;

D - Sucessivamente, em dias alternados, por 5 a 6 dias consecutivos, administrar um integrador biológico, à base de lactofermentos vivos e vitamina do complexo B: Neo-lactoflorene(r) (Monte Farmaco), para uso humano, que se adquire em farmácia sem receita, em 7 flaconetes. Dose: o conteúdo de um flaconete em meio litro de água (manter tudo em refrigerador).

Normalmente, depois de alguns dias do referido tratamento, as aves se restabelecem plenamente. Se são notados sinais de fígado hipertrófico (mancha escura no lado direito do abdome) não é necessário o isolamento em outro local, mas em uma pequena gaiola no mesmo local. Inicia-se o seguinte tratamento:

l - Administrar uma mistura de sementes frescas e com pouca gordura;

2 - Oferecer um hepatoprotetor, por ex. Polievo(r) na apresentação injetável (não usar o produto em suspensão nem em comprimidos; é necessária uma receita médica ou veterinária), para uso humano, em farmácia. É a base de aminoácidos sulfurados. Dose: uma ampola para cada litro d'água oligomineral leve (duas ampolas/litro nos casos mais graves), durante 6 a 8 dias seguidos;

3 - Abolir verduras e pastas.
Nota: o Polievo(r) tem se demonstrado muito útil durante a muda e com os sujeitos recém-adquiridos.
Se após 15 dias do início do tratamento o sujeito não responde positivamente, há a possibilidade de se estar diante de uma hepatite micótica (candidíase etc.) quase sempre acompanhada de fezes moles e esbranquiçadas; se, ao contrário, as fezes são diarréicas, extensas, e/ou esverdeadas, é provável a presença de uma salmonelose ou uma colibacilose, ou ambas.

Como comportar-se no caso de uma hepatite micótica

Tratando-se de uma aspergilose, que eu saiba, não existe uma cura eficaz, mas somente prevenção ambiente Muito seco, higiênico, desinfetado, com "duplo fundo" para evitar o contato direto com as fezes, papel absorvente no fundo desinfetado; abolir os fundos que causem poeira; sementes sãs isentas de micotoxinas etc.).
Se estivermos diante de uma candidíase (infecção por Cândida) deve-se procurar entender como tal doença pode se desenvolver (as causas principais são: ambientes úmidos, excesso de verdura, pastas úmidas administradas secas, resíduos de pastas úmidas não retirados, falta de periódicas desinfecções com sais quaternários de amônia: por ex. Steramina G (r) [Formenti];
sementes mal conservadas em ambientes úmidos e que têm desenvolvido as micotoxinas; sementes germinadas ou amolecidas ou fervidas não bem preparadas e não tratadas com antimicóticos e assim por diante).
Na presença de uma candidíase, como comportar-se?
A candidíase (chamada também "oidiomicose" ou “monilíase") é uma grave doença micótica (causada por micetos), provocada pelo agente Cândida albicans. A doença atinge preferencialmente o trato superior do aparelho digestivo (em particular: boca, garganta, faringe, esôfago e papo); tanto nos adultos, mas mais freqüentemente nos filhotes (placas esbranquiçadas no cavo oral), devido a pastas úmidas e sementes fervidas, germinadas e amolecidas contaminadas pelo agente.

Lesões: placas esbranquiçadas (às vezes amareladas, esverdeadas ou amarronzadas), aspecto cremoso, na cavidade bucal, faringe e papo. Raramente lesões a nível de intestino. Enfim lesões: encefalite.
Sintomas: os sujeitos atingidos ficam abatidos, plumagem "dura", se isolam num canto da gaiola. Notam-se: regurgitações freqüentes, dificuldade para se alimentar e para deglutir, emagrecimento rápido; freqüentemente dificuldade respiratória, dispnéia, a nível do bico uma substância sero-mucosa esbranquiçada (baba); enfim distúrbios nervosos (tipo encefalo- malácia). Às vezes nas narinas e no bico e na base deste, aparecem formas cutâneao-necróticas; enfim nas patas, raramente, formação branco-acinzentada com anormal corneificações.
A candidíase é freqüentemente causada pelo prolongado uso de antibióticos.
Profilaxia: abolir tudo o que possa elevar o grau de umidade acima de 55%. Possivelmente deve-se manter a umidade relativa do ar entre 40-45% (mediante desumidificador). Abolir todas as causas que favoreçam a reprodução e difusão do fungo.
Desinfetar tudo: utensílios, pavimentos, paredes, janelas, portas, teto, gaiolas e voadeiras, mediante abundante e repetidas borrifações com uma solução de um bom antimicótico (por ex. Steramina G (r) (Formenti); ou Sanisa (r) (Chemivit); Desi-plus(r) (Nekton) e também antimicótico-desinfetante (G.de Baseggio aconselha um produto, encontrado em farmácias, já pronto:
Germozero-spay (r) da Cario Erba. Comedouros e, principalmente bebedouros, devem ser mergulhados em uma solução antimicótica, por ex. Sanisa (r): 10cc (1 cc=20 gotas de conta-gotas) em um litro d'água; ou Steramina G (r) (uma colher em um litro d'água) ou outros produtos similares; depois de serem bem lavados, os bebedouros devem ser imergidos em um balde contendo a solução antimicótica pelo menos por duas horas; depois escorrer (sem reenxaguar) antes de colocar a água de beber.
Terapia da candidíase
A boa profilaxia e a higiene geral acurada são determinantes para prevenir as doenças (atenção aos alimentos úmidos e mal conservados; pastas, sementes, verduras contaminadas). Atualmente, o veterinário J.P. André acha que não exista uma cura totalmente eficaz. Em cada lugar há um medicamente anti-cândida. O Dr. F. Tarozzi aconselha: Fungilin (r) xarope (Squibb), com anfotericina B; doses: 2 a 3 cc em um litro d'água nos primeiros 5 a 6 dias; depois 1 cc/litro d'água por mais outros 7 dias consecutivos. Renovar a solução 2 vezes aos dia, em bebedouros desinfetados.
O Dr. G. Venturelli aconselha: Micocid i (r) (Chemivit); doses: em um kg de uma pasta leve seca colocar 100 gr do remédio, por um período de 7-10 dias consecutivos (um envelope de 50g para 500 gr da pasta).
Um veterinário belga aconselha: por 10 dias consecutivos:
Nistatina (r): 1 ml/litro de água ou 2 ml/kg de pasta.

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